O potencial disruptivo das tecnologias de contabilidade descentralizada e ativos digitais habilitadas a partir da criação da tecnologia de blockchain estão transformando o mundo, a economia e o mercado financeiro como o conhecemos. No início de janeiro de 2022, o mercado de criptomoedas estava avaliado em mais de US$ 2,5 trilhões, havia mais de 12.000 projetos de criptomoedas contabilizados, e este é apenas o começo do que está por vir.
A partir de 2021 vimos a injeção de mais de US$ 25 bilhões em investimentos em criptomoedas feitos por empesas de capital de risco. O número de empresas unicórnio na área de criptos aumentou 491% somente em 2021. As fusões e aquisições no setor estão aumentando significativamente com quase 200 negócios feitos ao longo de 2021. Em síntese: as criptomoedas chegaram para ficar e impactar quase todos os setores da economia global.
A adoção de ativos digitais está aumentando exponencialmente entre investidores institucionais. Eles estão aumentando a parcela de ativos digitais em seus balanços. Da mesma forma grandes bancos estão emitindo relatórios dedicados a investimentos em criptomoedas. É cada vez maior a quantidade de varejistas aceitando criptomoedas e até alguns países já começaram a aceitar criptomoedas como moeda legal.
Como consequência, cada vez mais governos, fundos de investimento e empresas estão formulando sua estratégia para a criptoeconomia e fazendo investimentos para garantir que estejam bem-posicionados no futuro.
Algumas das principais atrações do DeFi para os consumidores são:
No início de 2022 já passava de US$ 250 bilhões as aplicações de DeFi em bolsas descentralizadas, empréstimos, financiamentos coletivos, seguros entre outros. Os aplicativos de DeFi não apenas eliminam o intermediário, mas também melhoram a remuneração dos provedores de liquidez nesse ecossistema.
O conceito de tokenização de ativos refere-se à digitalização de ativos do mundo real e à capacidade de fracionar sua propriedade. A propriedade fracionada, quando formalizada, também pode ser negociada em um mercado aberto, criando flexibilidade e liquidez para os proprietários de tais tokens. Representa uma mudança de paradigma de como os ativos podem ser gerenciados, negociados e financiados para a maioria das classes de ativos do mundo – desde a indústria e infraestrutura de energia até imóveis e arte.
Em suma, todos os ativos tangíveis e intangíveis podem ser tokenizados. A tokenização aumenta a eficiência operacional, transparência e liquidez e reduz as barreiras de entrada para os investidores. Além disso, os tokens podem ser atribuídos com os benefícios e derivativos relacionados que acompanham o ativo, por exemplo, lucro, dividendos ou direitos de voto
A tokenização – através do conceito de tokens não fungíveis (NFTs) – é um elemento chave para a maioria das outras tendências na criptoeconomia.
Definitivamente estamos testemunhando a ruptura da forma como governos, empresas e pessoas interagem com produtos financeiros. Embora alguns setores sejam mais impactados do que outros, o futuro das finanças afetará quase todos eles.
As criptomoedas são as moedas nativas do metaverso. Além disso, a desintermediação promovida pelo DeFi e a capacidade de criar tokens não fungíveis (NFTs) acelera ainda mais a adoção e o desenvolvimento do metaverso.
A OpenSea é o maior marketplace de NFTs atualmente. No início de 2022 sua avaliação já ultrapassava os US$ 13,3 bilhões. A maneira mais simples de entender a escala da OpenSea é simplesmente verificar seu volume de transações no mês de dezembro de 2021. A partir do valor obtido aplique uma taxa de administração de 2,5%. De acordo com a Dune, a OpenSea registrou US$ 3,25 bilhões em volume de negócios nesse período. Isso resulta em um faturamento bruto mensal de US$ 81,25 milhões e de US$ 975 milhões em 12 meses.
Ativos digitais na forma de NFTs estão se tornando a norma para consumidores e até marcas de consumo de alta renda. As empresas não apenas precisam estar preparadas para montantes de receitas significativos no metaverso, mas também para uma expectativa crescente de estarem presentes nele.
Há uma corrida entre um metaverso centralizado e outro descentralizado. O Facebook com sua estratégia e reposicionamento estratégico para a Meta ambiciona se tornar um player dominante. Da mesma forma há outras empresas trabalhando para um modelo de metaverso aberto. Estamos longe de saber quais serão os vencedores. Mas uma coisa é certa e pode ser resumida com um trecho de uma música do ABBA: “The winner takes it all, The loser’s standing small”.
Todas as empresas que estão investindo pesadamente no metaverso estão pensando em uma economia digital, onde os usuários podem criar, comprar e vender mercadorias digitais. Nas visões mais idealistas de um grande metaverso, composto por metaversos menores, eles serão interoperáveis. De uma certa forma como os computadores se comunicam na Internet atualmente.
Essa linha de pensamento nos permite imaginar transportar itens virtuais como roupas ou carros de uma plataforma para outra. No mundo real, você pode comprar uma cerveja numa adega próxima a sua casa e depois levá-la para um churrasco na casa de amigos. Dois universos diferentes.
Atualmente, em se tratando de metaversos, cada uma das plataformas tem identidades virtuais, avatares e inventários vinculados apenas a cada uma delas. Entretanto, um metaverso deve idealmente permitir que você crie um avatar que o possibilite levar para qualquer lugar com a mesma facilidade com que você copia sua foto de perfil de uma rede social para outra.
Imediatamente após a criação do primeiro computador, em meados do século XX, surgiram uma infinidade deles com marcas e modelos diferentes. Cada um com sua própria linguagem e criando seu próprio universo ou ecossistema. De lá para cá evoluíram e falam entre si pela Internet atualmente.
Ao fazermos uma analogia do desenvolvimento da indústria de computação com o metaverso percebemos o quão na infância o metaverso ainda está.
O jogo World of Warcraft é um mundo virtual onde os jogadores podem comprar e vender coisas digitais. Nesse sentido podemos dizer que ele é um pequeno metaverso ou ciberespaço exclusivo.
Todavia isso não significa necessariamente que tanto o Fortnite como World of Warcraft fazem parte de um escopo e conceito maior de metaverso.
A princípio podemos dizer que a Amazon, Google e Microsoft são as empresas de maior significância na construção e evolução da Internet atualmente. Elas dominam o negócio de data centers no mundo.
Do mesmo modo é igualmente correto dizer que a Epic Games, criadora do Fortnite, é uma das empresa mais importantes atualmente na construção de partes do metaverso. A Microsoft e o Facebook também estão investindo muito para se posicionarem como tal. O movimento mais emblemático do Facebook foi mudar seu nome para Meta para refletir esse propósito, embora ainda não estejamos acostumados com essa ideia.
Muitas outras empresas, incluindo a Nvidia, Unity e Roblox estão trabalhando na construção da infraestrutura que um dia poderemos chamar de metaverso assim como chamamos o que é Internet atualmente.
Neste momento cada empresa tem uma ideia própria sobre o que é e será o metaverso. Na verdade visões enviesadas por conta dos seus objetivos de negócio. O Facebook, por exemplo, imagina que o metaverso incluirá casas virtuais nas quais você pode convidar todos os seus amigos para uma festa. A Microsoft tem um viés mais empresarial. Ela pensa o metaverso com salas de reuniões virtuais para atividades corporativas, para o treinamento de pessoas ou para promover o diálogo entre colegas de trabalho de forma remota.
Empresas de bens de consumo como a Coca-Cola, PepsiCo e Pizza Hut, vêm o metaverso como mais um canal de comunicação e monetização. No caso da Coca-Cola, por exemplo, ela se uniu à Tafi, uma empresa que cria avatares e outros conteúdos virtuais, para ressuscitar um fac-símile pixelizado da lendária máquina de venda automática da Coca-Cola de 1956 para sua estreia em ativos digitais.